A história do aço inox no Brasil: um resumo

 

06 O aço inox no Brasil

A história do aço inox em nosso país teve início com a fundação, em 31 de outubro de 1944, da empresa Acesita – Companhia Aços Especiais de Itabira, em Minas Gerais, a primeira e, até hoje, única fábrica de aço inox da América Latina.

Os fundadores da empresa, os engenheiros Amyntas Jacques de Moraes, Percival Farqhuar e Athos de Lemos Rache, tinham uma proposta audaciosa: a construção de uma usina de aços especiais que fosse autossuficiente em matérias primas e energia, instalada junto às fontes de minério de ferro, de carvão vegetal e de queda d’água.

O objetivo da empresa era abastecer o mercado doméstico, cuja demanda crescia a todo momento em virtude do processo de industrialização criado pelas dificuldades na importação de produtos manufaturados, uma consequência da Segunda Guerra Mundial.

A construção da usina, às margens do Rio de Piracicaba, no interior de Minas Gerais, no antigo povoado de Timóteo, teve financiamento do Banco do Brasil.

A primeira corrida de gusa do alto-forno 1, que era o maior do mundo movido a carvão vegetal, com capacidade para produção de duzentas toneladas por dia, aconteceu em 1949.

Contudo, por não dispor de energia elétrica suficiente, a usina não tinha ainda condições de produzir aços.

Em agosto desse mesmo ano foi inaugurada a forjaria da usina e, em setembro de 1951, com a inauguração da usina hidrelétrica de Sá Carvalho, a Aciaria Bessemer entrou em operação, começando com a produção de aços comuns e especiais.

No mesmo ano, em novembro, o desembastador de 24 mm laminou o primeiro lingote de aço.

O trem de laminação de chapas manual foi inaugurado em abril de 1952, quanto também entrou em operação o alto-forno elétrico 1. Depois, em 1955, teve início a fabricação de chapas de aço elétrico e, em outubro de 1957, foi inaugurado o forno Newiges, a primeira instalação na América Latina para fabricação de chapas elétricas para motores e transformadores.

A forjaria da Acesita começou a produzir peças para a indústria automobilística em 1959, em sintonia com a política do então presidente Juscelino Kubitschek. Nesse ano foram inaugurados o forno elétrico 3 da Aciaria, com capacidade para trinta toneladas por corrida, e a fábrica de oxigênio.

Os anos foram se passando com novidades:

  • 1961: inauguração do trem desbastador de 875 mm e os fornos-poços elétricos Stein Roubaux;
  • 1962: no mês de abril ocorreu a inauguração do forno elétrico de redução e o segundo forno de tratamento de chapas elétricas Newiges;
  • 1963: fim da primeira fase de expansão, que dobrou a capacidade inicial da usina, com inauguração dos trens de barras finas e média;
  • 1964: inauguração da sinterização Grennawalt.

Em 1965, finalmente acontece o início oficial da produção de aço inox no Brasil.

Depois, em 1972, foi realizada a primeira corrida de aço inox no convertedor LD, com a inauguração do trem de chapas mecanizado, tendo início o funcionamento dos poços a gás.

Nesse mesmo ano, com o encerramento da segunda fase de expansão, a capacidade de produção da Acesita foi elevada para 300 mil toneladas por ano.

O ano de 1977 trouxe o funcionamento da linha Sendzimir de laminação a frio de chapas de aço inox a partir de bobinas importadas, laminadas a quente e, nesse mesmo ano, começou a terceira expansão da empresa.

Em 1978 teve início a operação industrial da Forjas Acesita, com colocação de produtos de aço inox no mercado, entrando também em funcionamento o convertor AOD, com capacidade de 120 mil toneladas de aço inox por ano.

A Acesita começou seu processo de privatização em 1988, com a criação de um grupo de trabalho encarregado de coordenar o processo, tendo representantes da empresa, do Banco do Brasil, do Ministério da Fazenda e do Conselho de Desestatização.

Com a privatização, em 1992, foi criado o Núcleo de Desenvolvimento Técnico do Aço Inoxidável. Em 1993, a capacidade de produção anual consegue atingir 120 mil toneladas de aço inox plano e, no segundo trimestre de 1998, a empresa terminou sua quarta expansão, elevando a capacidade da linha de aço inox de 160 mil para 290 toneladas anuais.

Em 2007 ocorreu o lançamento mundial da marca ArcelorMittal, na França e, em setembro, o CEO do grupo, Lakshmi Mittal, visitou a planta industrial de Timóteo. Depois de sua aquisição pelo grupo, a Acesita passou a se chamar ArcelorMittal Inox do Brasil.

Em 2012, o conselho de administração da ArcelorMittal anunciou o desmembramento do negócio de aço inox do grupo e, em dezembro, a empresa teve seu nome alterado para Aperam.

O dia 25 de janeiro de 2011, com a assembleia geral extraordinária de acionistas da Arcelor Mittal aprovando o desmembramento dos segmento de aço inox do grupo Arcelor, marca oficialmente o surgimento da Aperam, como uma empresa independente, tendo seu foco exclusivo no segmento de aço inox e aços especiais.

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